FUNDAMENTOS HISTÓRICOS E FILOSÓFICOS DA EDUCAÇÃO


Leia, com atenção, o texto abaixo:

 

Em 1980, quase 60% da população era constituída de pobres (39%) e de indigentes (17%). 56% da população com mais de 10 anos de idade tinha mais de 4 anos de escolarização. Entretanto, 24% eram considerados analfabetos funcionais (mesmo tendo cursado a escola exibiam práticas de analfabetos) e 20% não terminaram a primeira série do ensino básico (OLIVEIRA apud HILSDORF, 2003, p. 127).

 

A compreensão dos dados acima expostos, fez lançar sobre a escola da década de 1980 um olhar problematizador. Partindo do panorama de exclusão social e escolar apresentado por Hilsdorf, julgue os itens a seguir:

 

I À escola desse período colocava-se a questão do cumprimento de seu papel social quanto à conscientização, emancipação e educação das classes menos favorecidas.

II Nesse período, colocou-se a necessidade de uma profunda reforma na estrutura de acesso e permanência à educação básica, nas práticas pedagógicas e na qualidade do ensino.

III A reforma do sistema público proposta nesse período tinha como objetivo a reparação da marginalização e a promoção do atendimento a todos os cidadãos sem distinção de classe social.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


III, somente.


I e III.


I e II.


I, somente.


I, II e III.

Promulgada em 5 de outubro de 1988, a nova Constituição Federal representou um significativo avanço para a democracia no Brasil. Denominada Constituição Cidadã, a nova Constituição procurou sanar as deficiências democráticas da sociedade, incluindo amplos direitos sociais, políticos e civis. Nesse quadro, a Educação ganhou especial destaque, sendo reconhecida como "direito de todos e dever do Estado e da família" (Art. 205). Já no o Artigo 206, encontramos os princípios sobre os quais devem orientar-se as práticas de ensino no Brasil. Dos princípios abaixo, é CORRETO o que se afirma em:

 

I Igualdade de condições para o acesso e a permanência na escola.

II Liberdade para aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber.

III Gratuidade do ensino em estabelecimentos oficiais públicos ou privados.

IV Pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino.

V Valorização dos profissionais da educação escolar.

VI Gestão democrática das escolas particulares, na forma da lei.

VII Garantia parcial do padrão de qualidade.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


III, V, VI e VII.


I, IV, V e VII.


II, V, VI e VII.


I, II, IV e V.


I, III, IV e V.

Segundo Hilsdorf (2007, p. 15), a expulsão dos jesuítas pode ser entendida como “manifestação da crise do Antigo Regime português e do encaminhamento intencional que a ela deu Pombal no âmbito do Absolutismo Ilustrado, com a transferência do controle da educação escolar da Companhia de Jesus para o Estado português”. Sobre a reforma da instrução pública promovida pelo primeiro-ministro Marquês de Pombal, jugue os itens a seguir:

 

I Em 1773, Marquês de Pombal editou um conjunto de medidas que visavam a retirada dos jesuítas dos mais altos cargos com o objetivo de instituir outras práticas culturais e pedagógicas nas instituições e cotidiano das pessoas.

II A reforma pombalina consistiu, apenas, em retirar a educação escolar das mãos da igreja, uma vez que os conteúdos ensinados e os métodos continuaram amparados pela pedagogia jesuítica.

III Após a expulsão dos jesuítas a instrução pública em Portugal e nas colônias alcançou um alto grau de excelência, tendo em vista a substituição do ideário religioso pelos estudos da filosofia e ciência moderna.

IV Pombal estruturou também os estudos menores com o ensino das primeiras letras e das humanidades e os estudos maiores com a reestruturação da Universidade de Coimbra.

V Com a reforma pombalina a Coroa nomeou professores, estabeleceu planos de estudo e inspeção e modificou o curso de humanidades, típico do ensino jesuítico.

 

Estão CORRETAS as afirmativas:


II, IV e V.


I, IV e V.


I, III e V.


II, III e V.


I, III e IV.

A Companhia de Jesus, ordem religiosa fundada por Inácio de Loyola em 1534, ganhou destaque na história da educação brasileira pela presença e volume de atividades educativas realizadas na colônia portuguesa desde a sua chegada em 1549. Sobre a atuação dos jesuítas no Brasil, é CORRETO afirmar que:


Os jesuítas tinham como frente de trabalho na colônia brasileira a defesa e a preservação da cultura indígena, seus cultos e expressões religiosas.


Os missionários jesuítas desenvolveram atividades religiosas e educacionais no Brasil por mais de 200 anos, até sua expulsão em 1759, por Marques de Pombal.


A principal frente de trabalho dos jesuítas na colônia brasileira consistia, justamente, na propagação dos valores políticos da corte portuguesa.


A Companhia de Jesus, nascida de um movimento de reação da Igreja católica contra a Reforma protestante, ocupava-se somente a pregação da fé católica aos índios e colonos brasileiros.


A Companhia de Jesus foi a única ordem religiosa que desenvolveu trabalhos educativos no Brasil colônia, deixando um rico legado para as atividades pedagógicas.

À medida da consolidação do capitalismo, diversas transformações vinculadas à Revolução Industrial atingiram amplos setores da economia, tencionando não só a reorganização das relações de trabalho e produção, como a determinação de novos arranjos sociais e culturais. Sobre o socialismo e suas influências sobre a educação, julgue as afirmativas a seguir.

 

I O crescimento da classe proletária foi acompanhado de igualitário acesso aos benefícios da nova ordem econômica.

II Do ponto de vista epistemológico, as ideias socialistas reafirmam o pressuposto idealista de que a racionalidade é o próprio tecido do real e do pensamento.

III As extensas e insalubres jornadas de trabalho fizeram surgir as organizações de trabalhadores e os movimentos fecundados pelas ideias socialistas.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


II, somente.


II e III.


I, somente.


I e III.


III, somente.

Cescon (2009, p. 18), afirma que “uma educação com filosofia é uma pedagogia que ensina a pensar e não só memorizar o que os outros dizem por mais profundo que seja o pensamento”. Por isso, a formação de uma postura filosófica nos alunos, perpassa, fundamentalmente, pelo desenvolvimento da leitura crítica. Sobre as condições para a realização de uma leitura crítica, julgue os itens abaixo:

 

I A leitura crítica pressupõe a capacidade de pensar por si mesmo, de formular questões e partir, com autonomia, das próprias premissas.

II A primeira condição para uma leitura crítica é deixar-se conduzir pelo pensamento transmitido pela tradição acadêmica, orientando-se pelas verdades produzidas pela filosofia.

III A leitura crítica implica como condição básica pôr-se no lugar do outro, aceitando os diferentes pontos de vista e gerando diálogos críticos e criativos.

 

Está CORRETO o que se afirma em:


I e III.


II, somente.


II e III.


I e II.


III, somente.

Segundo Moran (2002, p. 13), “educar é colaborar para que professores e alunos, nas escolas e organizações, transformem suas vidas em processos permanentes de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional, do seu projeto de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão, emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços pessoais, sociais e profissionais e tornar-se cidadãos realizados e produtivos”.

 

De acordo com Moran, é CORRETO inferir do texto que:


Os processos educativos devem ocupar-se apenas da transmissão de conhecimentos, haja vista que educar é um ato restrito ao âmbito das aprendizagens.


A educação é um processo permanente de aprendizagem que permite a professores e alunos caminharem na construção de suas identidades e realização pessoal, social e profissional.


O desenvolvimento das habilidades de compreensão e emoção enfatizam processos individuais que não se comunicam com as práticas pedagógicas nas escolas e instituições.


A educação é um instrumento social básico e, portanto, não há relação entre a formação política dos indivíduos e a construção das identidades pessoal, social e profissional.


A educação é o processo de criação de conceitos e, por isso, cabe ao professor a tarefa de transmitir os conhecimentos produzidos e acumulados historicamente.

Às vésperas da chegada da corte ao Rio de Janeiro, o Brasil era um amontoado de regiões mais ou menos autônomas, sem comércio ou qualquer outra forma de relacionamento [...] Era uma população analfabeta, pobre e carente de tudo. [...] no governo de D. João VI, apenas 2,5% dos homens livres em idade escolar eram alfabetizados (GOMES, 2007, p. 12).

 

No trecho acima, Gomes esboça o quadro de atraso econômico, político e social em que se encontrava a colônia à época da chegada de D. João VI e da transferência da corte portuguesa para o Brasil, em 1808. Sobre as transformações sociais, culturais e econômicas ocorridas nesse período, julgue as afirmativas abaixo:

 

I Na economia, a abertura dos portos e o substancial volume de importações, exportações e comércio escravagista fizeram com que o Rio de Janeiro se tornasse o mais importante centro naval e comercial do império.

II O florescimento econômico, cultural e educacional determinou uma mudança substantiva nos hábitos e costumes típicos da população da colônia, refletindo a elegância e os padrões europeus de etiqueta.

III A priorização dos níveis elementares de ensino, a criação de novas escolas de primeiras letras e o fortalecimento das políticas de formação e valorização dos professores ampliaram o acesso igualitário à educação.

IV Na cultura, além da imprensa régia que fez surgir publicações periódicas sob proteção oficial, destacam-se, ainda, a criação da Biblioteca Nacional, do Museu Real e do Jardim Botânico.

V Na educação, a ação joanina seguiu a tendência geral da estatização e controle da educação escolar em níveis secundário e superior nas mãos do Estado.

 

Estão CORRETAS as afirmativas:


II, IV e V.


II, III e V.


I, II e IV.


I, IV e V.


I, III e V.

Tendo como objetivo o cumprimento do direito à igualdade de condições de vida e de cidadania, bem como a garantia do igual direito às histórias e culturas que compõem a nação brasileira e, ainda, do direito de acesso às diferentes fontes da cultura nacional a todos brasileiros, o Conselho Nacional de Educação, por meio do Parecer 003/2004, homologou as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. Sobre o Parecer 003/2004, é CORRETO afirmar que:


A divulgação e produção de conhecimentos, posturas e valores étnico-raciais pouco ou nada contribuem para o fortalecimento de relações democráticas e igualitárias.


A introdução dos temas da história, da cultura e da identidade afrodescendente no currículo escolar estimulam a segregação e o preconceito étnico-racial.


O sentido de políticas de ações afirmativas presente nas DCNs para a Educação das Relações Étnico-Raciais diz respeito apenas à ampliação do acesso da população afrodescendente à escola.


A ênfase no reconhecimento da cultura africana e a valorização da história e identidade da população afrodescendente não contribui com a construção e afirmação de uma cultura nacional.


As DCNs para a Educação das Relações Étnico-Raciais procuram oferecer uma resposta em termos de políticas de ações afirmativas à demanda educacional da população afrodescendente.

Leia, com atenção, o texto abaixo:

 

O populismo, típico da América Latina, surgiu a partir do período entreguerras, com a emergência das classes populares urbanas, resultantes da industrialização, quando o modelo agrário-exportador foi substituído aos poucos pelo nacional-desenvolvimento. No caso do Brasil, vimos que essa tendência se fez presente desde 1930 e durante o Estado Novo, com a atuação de Getúlio (ARANHA, 2006, p. 295).

 

A respeito do fenômeno político conhecido no Brasil e na América Latina como populismo, é CORRETO afirmar que:


Caracterizou -se como um movimento de massas sem lideranças carismáticas.


Caracterizou -se como um estilo de governo sempre sensível às pressões populares, principalmente as rurais.


Caracterizou-se como um levante do poder político das massas, em que o governo procura manipular e dirigir as suas reivindicações.


Caracterizou -se como fenômeno político desvinculado do processo de urbanização e industrialização.


Caracterizou -se pela articulação de grupos políticos identificados exclusivamente com as elites econômicas.

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